Lições, por Sara Andrade


Nesse último dia do ano eu gostaria de deixar uma mensagem que foi escrita especialmente para vocês por uma amiga muito talentosa chamada Sara Andrade. Ela é a dona do blog Eu, paradoxo, onde ela escreve muitos e muitos mais textos como esse. Obrigada Sara, que nesse ano novo seu talento chegue ao mundo! E para vocês, um ano novo cheio de paz, amor, esperança e fé em dias melhores!

Lições

No fim sempre me questiono como vim parar aqui. No fim sempre quero saber mais do que posso. No fim sempre espero mais do que tenho em evidência poder. No fim exatamente, tudo conversa comigo sem eu forçar. No fim, vejo mais portas se abrindo em lugares dos quais só se pode dizer que estão trancafiados pelo tempo.
Se eu não sentisse arrependimento não seria eu, e não gostaria nem um pouco de ser assim, pois se fosse, provavelmente seria de igual modo surda. A vida nos ensina lições silenciosas e frequentes, dia após dia está a nos carregar pela mão como quando éramos criança e nossa mãe assim fazia. Por vezes relutamos, queremos nos soltar, mas a atração é maior, já que quando soltamos de fato logo corremos para novamente agarrar. O medo. Sim, o medo do nada dói mais que o medo daquilo que se apresentará a nós à diante das mãos que nos carregam. Se eu não sentisse arrependimento não seria eu, e seria mesmo assim, numa versão piorada e mais fraca, como um produto fora de estoque, temendo a reprodução. 
Se eu não me arrependesse daqueles dias em que fui egoísta, o continuaria sendo. Nada mudaria e as pessoas ainda sofreriam comigo, chorariam por minha inflexibilidade, gostariam de mandar-me passear sem ideia de retorno. Não, eu não prefiro ser assim, prefiro ser uma versão adocicada e bem melhorada de mim, mesmo que duras sejam as lições que eu ainda vá ter que aprender.... Às vezes as mãos que me carregam, sem que sejam as de minha mãe, são calorosas, outras vezes frias como quem acabara de apalpar uma bola de neve ou tivera contado floquinhos nos dedos. Quase sempre o tempo voa nos meus olhos, ouvidos e sentidos. Sou tão boba, inocente, figuro entre as criaturas mais dignas de risada, não por ser ignorante, mas por não saber mensurar o tamanho do aprendizado que ainda não possuo. Teclas de piano não param de soar em minha mente e tudo o que mais desejo agora é ver esse fim, essa transição, ouvir badaladas de sinos imaginários dizendo-me que não há mais dias desse ano intenso, apenas dias de uma nova fase me esperando...
No fim de tudo me pergunto o que mudaria, respondo que bastante. Não sou adepta de discursos politicamente corretos, nem ao menos de esperanças falidas em uma segurança intrínseca na ausência de motivos para desejar fazer diferente. Eu faria tudo diferente, tudo melhor, tudo mais forte, mais braçal, mais sensível, mais firme e real. E nem por isso devo chorar, pois o fracasso é a bala que se assenta em nossa mão, descansada e gélida se torna por mais que na outra haja um imenso canhão. 
Na esquina seguinte quero encontrar uma cafeteria com aspecto de casa, iluminada pela manhã, cheirando a solidão, me chamando para conversas comigo mesma na mesa mais próxima vazia que encontrar. De tempos em tempos quero encontrar outros olhos em minha direção, alguns sorridentes, outros bravos e perdidos. Mais que isso! Quero encontrar mãos abanando, sorrisos se formando e páginas sendo foleadas nas mãos de garotos de cabelo amarelado pela poeira.... Quero ver uma bola ricochetear a janela, e o dono do ambiente reclamar. Quero ver idosos contemplando o céu e rodeadas de desejo sincero por conhecimento daqueles que nem sabem ainda quem são.
Nas minhas roupas permanece o cheiro desse ano e os fios daquele meu casaco puído continuam ali, pedindo por uma linha que os costure sem dó nem piedade. Se foi ruim, passou. Aguarde a vida se mostrar, e saiba que sozinho você só fica se quiser. As paredes lhe falam, o mundo lhe fala, as árvores lhe falam, até seus pensamentos lhe falam, e com maestria. Dance mesmo sem chuva, mande a raiva se esconder na lixeira, lamente o que tiver de lamentar e novamente planeje o amanhã. Ele existe. E você precisa ver o que eu vejo, mesmo sem usar as minhas lentes, podem ser as suas, mas veja, somente veja.
Um dia é suficiente para te fazer enxergar o que em um ano inteiro não viu. A mãe vida continua te carregando, como um menino carrancudo, pela mão. Continue dando os passos, tomando as decisões, mas faça. Dê adeus, você precisa. A dor durará segundos intensos, mas as chances não vão esperar se você não quiser deixar tudo, exatamente tudo para trás.
Feliz Ano Novo!

Link do post: http://escritoetizando.blogspot.com.br/2016/12/licoes.html

Recebidos/Comprados de Dezembro + Minha opinião sobre


E aqui estamos nós com o último recebidos/comprados do ano, mas antes tenho algumas coisas para dizer para cada um de vocês. O mês de Dezembro é um mês reflexivo. É nele que nós tiramos alguns minutos e vemos aquilo que deu certo e aquilo que não deu, para que possamos buscar estratégias para modificar. Acho que para todos, o ano de 2016 não foi um ano fácil, mas é nas dificuldades que encontramos pequenas formas de sermos felizes. Esse blog é a minha pequena forma de ser feliz e ele só dar certo graças a cada um de vocês que me ajudaram a chegar até aqui, por isso só me resta agradecer: Obrigada a cada um dos mais de 15 mil acessos que esse meu cantinho teve desde que foi lançado. Obrigada a cada um que dedicou poucos  minutos para postar um comentário. Obrigada. Obrigada. Obrigada. Sobretudo, obrigada a todo apoio que tenho tido. Mas, vamos ao que eu li e recebi esse mês? Foram muitas coisas!

Arc

Advanced Reader Copy é o termo que se dá a um programa lançado por editoras e autores estrangeiros que fornecem a blogs e outras pessoas a oportunidade de ler antes do lançamento um livro em formato em ebook em troca de uma revisão honesta. Eu costumo pegar vários, mas esse mês só peguei um que estou lendo e amando. O nome do livro é One Careful Owner e é da Jane Harvey-Berrick. A autora é uma autora muito querida por mim e já lançou os livros a Educação de Sebastian e a Educação de Caroline no Brasil, ambos pela editora Novo Século.

E-books

Esse mês eu comprei o e-book Sorrisos Quebrados da autora Portuguesa Sofia Silva. O livro já foi lido e já tem resenha dele aqui, porém não canso de dizer o quanto eu gostei da escrita da autor e o quanto eu estou feliz pelo lançamento desse livro. 

Além dele, eu ganhei 3 e-books da autora Raíssa Nantes que me deu a honra de ser nossa parceira no blog. Eu já li o livro Verdades sobre mim e irei ler os contos Assombrados e Questão de escolha.  Embora a resenha de Verdades sobre mim esteja saindo em breve, posso dizer que eu amei o livro e me surpreendi com a escrita da autora que é fluída e sem errinhos de Português.

Livros físicos

Como eu disse mês passado, minhas compras de Novembro só chegaram esse mês, então vou contar para vocês agora. Comprei o livro Harry Potter e a criança amaldiçoada versão capa dura e já fiz resenha dele aqui. Comprei também os livros Prometida da Carina Rissi, A fera em mim da Serena Valentino, Princesa das águas da Paula Pimenta e o Minha Melodia da Camila Moreira. Desses só li o Prometida e amei, como sempre a escrita da Carina. Espero que os outros também sejam bons.

Por fim, fiz uma nova compra, mas os correios não entregaram então ficará para o recebidos de Janeiro.


Como já é de praxe, eu sempre estou fazendo o recebidos junto com a primeira parte da coluna Minha Opinião Sobre. Essa coluna consiste na escolha de um livro indicado por vocês para que eu possa resenhar. Esse mês o escolhido foi o Senhorita Aurora da Babi A. Sette que foi um livro que me trouxe gratas surpresas. 

Então, estou aqui mais uma vez para pedir uma indicação de livro, não importa o gênero, o ano ou autor. Eu gosto de sair da zona de conforto, embora não leia livros de terror e seja fã de romances. Gostaria de dizer também que nos poucos meses que essa coluna está no ar eu pude notar algumas diferenças em meus hábitos como o fato de eu estar lendo mais fantasias graças as indicações, então meu leque se expandiu. Obrigada!!!


Dica de série: Criminal Minds


Sinopse:
Quando não existem mais provas para investigar uma seqüência de crimes, o FBI rapidamente aciona a Unidade de Análise Comportamental, em Washington. No comando da equipe está o agente especial Jason Gideon (Patinkin), o analista comportamental mais conceituado do FBI. Os especialistas da equipe de Gideon são o Dr. Spencer Reid (Gubler), um gênio incompreendido e muito inteligente, mas incapaz de se relacionar com as pessoas; o agente Aaron Hotch (Thomas), pai de família hábil ao conquistar a confiança das pessoas e descobrir seus segredos; o agente Derek Morgan (Moore), especialista em crimes obsessivos; e Elle Greenway (Glaudini), 'expert- em delitos sexuais que foi motivada pelo abuso sofrido por ela mesma há alguns anos. Conforme vão descobrindo as motivações e a identidade dos criminosos, cada membro da equipe leva seus dons para o caso, fechando o cerco.



Doença ou falha de caráter? A psicopatia é hoje fonte de controvérsias, pois muito do que se diz hoje é fruto do imaginário popular. O termo foi descrito pela primeira fez em 1941 pelo psiquiatra americano Hervey M. Clekley para descrever aquele conjunto de pessoas que ao primeiro momento são encantadoras e educadas, mas que esconde uma personalidade doentia. Uma característica marcante desse tipo de pessoa é a incapacidade que elas tem de sentir culpa e o fato de se divertir através de artimanhas sórdidas e inescrupulosas. Pessoas com traços de psicopatia são extremamente inteligentes e só agem quando tem absoluta certeza daquilo com que ele está fazendo. 

Não se pode negar que esse termo caiu na boca popular e deve ser por isso que muito se tem estudado acerca dessas pessoas até hoje, mas ainda não se chegou as causas para esse transtorno ou se ele pode ser classificado como tal. Um dado é que hoje 25% das pessoas que estão presos por cometerem grandes crimes passionais tem traços de psicopatia, assim como a maioria dos Seriais Killers também tem os mesmos traços. Observem que em Seriais Killers eles seguem o mesmo padrão de crimes e por vezes se divertem ao deixar pistas para os investigadores, tudo pela auto confiança que eles tem de nunca serem pegos. Sabe-se também que a maioria dessas pessoas são homens, mas ainda não se tem uma explicação lógica para tal também.

Agora vamos nos ater a seguinte fórmula: crimes passionais + pessoas extremamente inteligentes = desafio investigativo. Imagine que você irá produzir uma série ou filme para TV e vê um roteiro que segue essa formula, vai ser ou não sucesso? Com certeza! Será sucesso, assim como tem sido durante muito tempo, pois essa tem sido a formula de muitos filmes e livros que nós vemos por aí, entre eles a Criminal Minds que é a série que vamos falar hoje.

Com episódios que podem ser vistos de maneiras aleatórias, a série criada pela CBS e hoje já está na décima segunda temporada faz sucesso em diversos países como Brasil, Estados Unidos, Japão, Canadá, Argentina, México, Espanha, Costa Rica, entre outros. Mas qual o motivo do sucesso? Lembram da fórmula? Pois é, essa série vem falar de uma equipe do FBI que investiga crimes que vem sendo cometidos por Serials Killers. Cada episódio mostra um crime diferente com características completamente distintas entre eles, mas não menos chamativo.

O que mais me chamou atenção nessa série foi o fato delas ousarem desvendar alguns traços comportamentais dos assassinos, mas isso é feito de uma maneira tão bem pesquisada que não deixa furos de maneira nenhuma, mesmo tendo alguns episódios que não mostram psicopatas e sim pessoas compulsivas, fanáticas ou até mesmo vítima da própria sociedade, como foi o caso do episódio do homem que tenta se vingar de todos os pais rígidos porque o próprio pai dele foi rígido ao extremo e não reconhecia nada de bom que ele fazia mesmo se fosse um feito extraordinário.

Além disso, o fato de ser uma série que pode ser vista de maneira aleatória tende a ganhar adeptos, pois pega pessoas que não tem muito tempo e quer apenas se distrair vendo uma coisa interessante na Netflix e consegue ver uma coisa de qualidade em uma hora que é o tempo que dura cada um dos episódios. 

Por fim, posso arriscar dizer que a fórmula continua dando certo e ainda dará durante muito tempo. Falar sobre investigações aliado a traços de comportamento é sim uma fórmula de sucesso. A questão é, até quando? Creio que enquanto tiverem a criatividade suficiente de trazerem episódios bem construídos como os que estão trazendo até hoje, a série vai ganhar adeptos novos ou até mesmo os fãs antigos.

Elenco atual


Houveram mudanças no elenco ao longo das temporadas. O elenco atual conta com os seguintes atores:
  • Thomas Gibson, como Aaron Hotchner – Chefe da Unidade
  • Joe Mantegna, como David Rossi – Agente Especial
  • Shemar Moore, como Derek Morgan – Agente Especial
  • Matthew Gray Gubler, como Dr. Spencer Reid – Agente Especial
  • A.J Cook, como Jennifer Jareau (JJ) – Assessora e Inspetora
  • Kirsten Vangsness, como Penelope Garcia – Analista Técnica
  • Jennifer Love Hewitt, como Kate Callahan – Agente secreta do FBI – Nova personagem

Trailer 


Vamos comentar?

Agora é a vez de vocês. O que acharam? Já assistiram ou tem vontade de ver? Conhecem uma série parecida?





Resenha: E viveram felizes para sempre (Bridgertons #9) - Julia Quinn

Sinopse:Alguns finais são apenas o começo... Era uma vez uma família criada por uma autora de romances históricos... Mas não era uma família comum. Oito irmãos e irmãs, seus maridos e esposas, filhos e filhas, sobrinhas e sobrinhos, além de uma irresistível matriarca. Esses são os Bridgertons: mais que uma família, uma força da natureza. Ao longo de oito romances que foram sucesso de vendas, os leitores riram, choraram e se apaixonaram. Só que eles queriam mais. Então começaram a questionar a autora: O que aconteceu depois? Simon leu as cartas deixadas pelo pai? Francesca e Michael tiveram filhos? O que foi feito dos terríveis enteados de Eloise? Hyacinth finalmente encontrou os diamantes? A última página de um livro realmente tem que ser o fim da história? Julia Quinn acha que não e, em “E viveram felizes para sempre”, oferece oito epílogos extras, todos sensuais, engraçados e reconfortantes, e responde aos anseios dos leitores trazendo, ainda, um drama inesperado, um final feliz para um personagem muito merecedor e um delicioso conto no qual ficamos conhecendo melhor ninguém menos que a sábia e espirituosa matriarca Violet Bridgerton. Veja como tudo começou e descubra o que veio depois do fim desta série que encantou leitores no mundo inteiro.

Livro: E viveram felizes para sempre (Bridgerston #9)/ Autora: Julia Quinn / Gênero: Romance histórico/ Ano de Lançamento: 2016 / Editora: Arqueiro / Idioma: Português / Comprar: Saraiva


Que me perdoem os fãs desse gênero literário, mas nunca fui fã de livros históricos. Aqueles costumes de época misturados com uma linguagem bem mais difícil do que os gêneros contemporâneos em que eu estava habituada deixavam meu ritmo de leitura muito lento e tinha algumas palavras que eu não conseguia compreender de jeito nenhum. Não fluía! Não conseguia. Sim, verbos no passado porque em um belo dia eu conheci uma autora que fez tudo mudar: Julia Quinn.

Essa autora best-seller do The New York Times me conquistou ainda nas primeiras páginas do livro "O Duque e eu" com seus diálogos inteligentes e sarcásticos protagonizados por mulheres um pouco a frente de seu tempo. Sobretudo, Julia Quinn me encantou com seu senso de família, de amor ao próximo e cenas engraçadas. Tudo permeado por costumes de Londres, temporadas luxuosas onde meninas debutavam e as mães bancavam a casamenteira. Lógico que sempre prezando pela reputação de suas filhas para evitar que falassem delas e o nome da família fosse difamado.

Li todos os livros em sequência e lá para o quinto livro, coisa que eu li em mais ou menos quinze dias eu deixei de querer fazer parte da família Bridgerton, eu era parte da família. Eu já entendia, falava e me encantava com a personalidade marcante de cada um dos irmãos que tinham histórias tão diferentes entre si, porém nenhuma melhor ou pior que a outra. Todas especiais para mim. 

Foi com muita tristeza que me despedi de Londres e dessa família. Peguei minhas malas e embarquei para outras cidades, mundos, vilas, países, outros livros. Mas um cantinho de meu coração guardava com carinho essa história e essa família que agora eu fazia parte. Qual não é a minha surpresa que eu vejo esse livro que tem tudo que eu queria: saber o felizes para sempre de todos os irmãos. Um livro com um conto sobre cada livro. Em cada conto um segundo epílogo de cada história. Ideia fantástica. Todos os fãs com certeza gostaram muito da ideia. Pena que fui com muita sede ao pote. Uma ideia fantástica, mas com uma execução um pouco duvidosa.

Eu até consigo entender que a autora quis trazer as cenas mais comentadas de cada livro e responder perguntas dos fãs, como o jogo de Pall Mall no livro do Antony, ou descobrir se a Francesca teria ou não um filho, já que até o final do livro 8 eles não tinham nenhum. Foi uma delícia ler cada recadinho deixado pela autora lá no início de cada conto, mas tiveram contos que contaram uma coisa tão supérflua que me deixou bem decepcionada. Tudo bem, eu gostei de ver o Duque lendo as cartas que o pai deixou para ele, dei muita risada com o jogo de Pall Mall do Antony e sobretudo foi necessário saber se a Francesca teve ou não um filho, mas eu não queria saber o destino da Penélope e não queria ver a filha da Hyacinty se apaixonar, por exemplo.

Deu para matar as saudades? Deu claro. É sempre bom está na companhia da família. Mas eu esperava alguma coisa com mais emoção! Faltou aqueles diálogos apimentados, aquela cumplicidade acalorada, a rivalidade disfarçada de amor. A boa escrita da Júlia estava lá, porém escondida em algum lugar que eu só via a essência, nuances. Quem sabe eu não esperava ver a volta da Lady Dansbury, agora com a identidade revelada. Quem sabe, eu não queria ver um pouco mais do Duque com seus filhos e o Antony se divertindo mais e deixando o papel de chefe todo certinho. Sim, eu sei que não posso imaginar ou querer escrever no lugar da autora, mas preciso revelar um pouco de minha frustração.

Passei o livro todo frustrada, conto após conto eu esperando um pouco mais. Um pouco mais que só veio no conto inédito da mãe das meninas. Eu amei esse conto. Saber um pouco da relação dela com o pai dos meninos. Saber como tudo começou e como ela reagiu perante a morte dele. A partir daí, a autora voltou a ser ela e fez as pazes comigo. Esse é um conto com um gostinho de quero mais, mas na medida certa para não deixar perguntas inacadas. A Júlia voltou a ser a Julia e aplacou um pouco mais da minha frustração com o restante do livro.

No fim, restou em minha uma certeza. A família Bridgerton sempre vai ter um lugar especial em meu coração e sempre que possível vou querer voltar e ler cada uma das histórias, principalmente a do Colin que é minha preferida, mas eu não quero mais outro livro. Chega uma hora que é necessário que o autor ponha um ponto final na história e passe para novas aventuras. Chegou essa hora para a Julia. Chega ao fim a saga Brigerton no limiar, com aquela sensação de dever cumprido, porém qualquer coisa além desse ponto será sobra. Será demais e para mim pode arruinar o quanto eu gosto dessa história, afinal não tem coisa pior para um autor que não saber colocar um ponto final no próprio enredo.   

                                                                



Tag dos clichês


Olá, hoje vim falar para vocês mais uma Tag, não sei quem criou, mas vi ela no blog Livros e Fuxicos e gostei muito. Vamos lá ver as impressões? 

1. Quem eu escolho? (triângulo amoroso que você achou mais desnecessário)





Não sei quanto a vocês, mas eu simplesmente não vejo esse livro como tendo um triângulo amoroso. O Aspen praticamente nem existiu depois do Maxon. Então achei muito desnecessário.

2. “Soltou o ar que não sabia que estava prendendo” (Última vez que leu a frase)

Foram tantos livros que eu vi essa frase, mas agora não estou lembrando de nenhum. 

3. Oi, já te amo! (o instalove mais rápido)


E foi assim, simples como um Oi que esses dois começaram a se amar e sofrer por amor. TIve a impressão que estava no final do livro e tinha perdido várias partes kkk

4. Uma bigorna nos ombros (personagem que carrega a culpa do mundo)


Depois de muito pensar não conseguir ver uma pessoa que se sentisse mais culpado do que o nosso querido Maestro do Senhorita Aurora.

5. Complexo do melhor amigo (aquele que sempre se apaixona por ou é a paixão do personagem principal)


Com certeza o Jacob desempenha bem o papel de apaixonado pela mocinha. Ele até nem percebe que está sobrando.

6. O intelectual (personagem super inteligente que lhe fez sentir estúpido)


Conhecem alguém mais sábio que o Dumbledore? Eu não!

7. Casal silêncio (falta de comunicação entre personagens)


Eu acho que se a Eva parasse de fugir e escutasse o Gideon a saga desses dois tinha diminuído de cinco livros para apenas 3, talvez 2.

8. O poderoso chefão (personagens jovens com cargos altos demais)


28 anos e CEO. Não consigo pensar em mais ninguém.

9. O engraçadinho chato (personagens escritos com a intenção de serem legais, mas só irritam)

O Patrick me irrita!

10. Personagem principal coadjuvante (quando o livro é todo sobre o interesse romântico)


Apesar do livro ser contado pela Tate, a história é do Miles. Dá pra entender?

11. Leitor do contra (clichê que você ama e não se cansa de ler)


Já li cinco vezes esse livro e não canso. Clichê, mas eu amo.


Então pessoal, essas foram as minhas respostas. Bem rapidinhas, por sinal. Mas o que acharam? Opinem e deem dicas de Tags. Beijos

Resenha: Sorrisos Quebrados - Sofia Silva

Sinopse:Paola
Perante Deus, o meu marido prometeu me amar.
Cuidar de mim. Ser meu amigo.
Perante todos, disse que me amava. Que íamos ser felizes.
Viver para sempre juntos.
Mentiu em tudo.
Até que um dia, perante mim, ele disse que ia me matar. E não mentiu.
A partir desse dia vivi escondida no meu mundo, até o André aparecer.
André
Não procurava nada. Não queria ninguém.
Não depois de tudo que vivi.
O meu coração estava escondido na escuridão, até a Paola surgir com as suas cores, pintando a minha vida.
Sorrisos Quebrados é um romance colorido entre duas pessoas Quebradas por relacionamentos passados.
Uma história de superação dos próprios medos e promessas


Livro: Sorrisos Quebrados/ Gênero: Romance / Ano de Lançamento: 2016 / Editora: Independente / Idioma: Português / Comprar: Amazon.



                                                       
No ano de 2013, 13 mulheres morriam por dia vítima de violência praticada por seu próprio parceiro. São mulheres que morreram caladas por medo ou vergonha de admitirem para o mundo que cometeram o pecado de amar, sem saber que acabou dizendo "sim" para um monstro. Por vergonha ou medo de admitir que aquele príncipe encantado de uma hora para outra se transformou em um sapo, cada uma dessas mulheres fizeram um pacto de silêncio. E, seguindo este mesmo pacto, a cada minuto hoje, provavelmente uma mulher cai da escada, bate o olho contra uma porta ou se arranha em algum lugar, porém a cada cinco minutos uma mulher não sobrevive para contar a próxima mentira. 

Parece até engraçado eu falar sobre isso em uma sociedade vista como evoluída. Em que leis e mais leis protegem as mulheres de serem abusadas ou espancadas, mas a verdade é que a situação é muito mais difícil do que imaginamos. Hoje existem mais Paolas do que eu posso contabilizar e quem sabe eu posso até estar falando com uma Paola hoje. Uma mulher sonhadora, com um futuro brilhante pela frente, mas que de uma hora para outra ver seu mundo desabar e descobre que está vivendo com um monstro que bate, xinga, ameaça e abusa sexualmente. Só que ao contrário da Paola, muitas mulheres não sobrevivem para contar a história.

As sobreviventes, tal qual a Paola, exibem cicatrizes que vão muito além da superfície. As sobreviventes tem na boca uma frase pronta afirmando que "eu estou bem", mas por dentro sabe que está quebrada, não só o sorriso, mas a alma, pois anos de abuso destroem a autoestima, o autoconceito e o amor próprio de qualquer pessoa. Assim como a Paola, cada uma das mulheres que conseguem se livrar das garras de um abusador sai de uma prisão para se trancar no pior cárcere que pode existir: o medo, o receio de viver pensando na forma como todas as outras pessoas vão olhar para ela. Uma prisão que só quem tem a chave é você mesmo e só consegue libertar depois de anos de terapia. Tratamento intensivo que ajuda a perceber que você só pode amar outra pessoa quando recuperar o amor por você mesmo. Afinal, você deve se apaixonar por você mesmo antes de entregar o coração a outra pessoa.

Mas calma! Apesar de meu começo trágico, esse apenas um prólogo. Sorrisos quebrados não é a história de uma Paola trancada em si e pelo medo. Essa é a história do processo de cura, do processo de auto descoberta. Aqui anos se passam e apesar daquele sorriso continuar quebrado, o coração já não é uma muralha, já existe uma fenda que permite a entrada do Sol que entrou na vida da Paola através de uma pequena menininha tão quebrada quanto ela, mas que viu nela a forma de curar seu próprio coraçãozinho. Só que a Sol não veio só, trás consigo uma bagagem e um pai que ainda está trancado, ferido e se culpando após vivenciar outra forma de amor doentio. Eis que surge o André que ainda é escuridão. O André que ainda está mergulhado na culpa e na dor e ainda precisa expurgar seus demônios.

Essa é a história de uma Paola que não é mais escuridão, ela agora é pintura e por ser cor pode colorir o seu mundo e o mundo das pessoas que está próxima a ela. Agora sim. Essa é a história da Paola e do André. A história do dia em que a escuridão encontrou a pintura e fez o mundo brilhar como estrelas em um céu de verão. Essa é a história de dois corações quebrados em processo de cura e que encontra na pintura uma válvula de escape, uma forma de transmitir sentimentos que por muitos anos foram trancados, suprimidos. Será que é possível haver amor entre dois corações que já experimentaram o que o quanto o amor pode ser ruim?

Crack. Crack, Crack. 

Esse é o barulho de meu coração durante essa leitura. Meu coração se partindo, dilacerado, pois eu consegui vivenciar junto com a Paola, cada dor e cada ano de sofrimento, cada verdade não dita e cada vez que ela se calava por medo e por vergonha de admitir que amar foi pecado. Afinal, como pode a pessoa que jurou perante o altar amar e proteger se transformar em um monstro da noite para o dia? Como viver depois que toda a sua beleza foi tirada pelas mãos de um monstro? Como viver com o receio pelo que as pessoas vão falar?

Por alguns minutos após terminar essa leitura eu fiquei sem fala. Simplesmente para mim é muito difícil falar sobre minha experiência com esse livro. Talvez por isso, essa resenha está sendo tão diferente das outras. Talvez por isso eu posso estar dando voltas e falando de coisas difíceis. Desculpem, mas vou continuar. Não é todo dia que um livro é tão bem escrito que nos permitem fazer um alerta e tratar assuntos tão importantes e ao mesmo tempo que tem uma escrita leve, poética. É como se para a autora não fosse difícil encontrar as palavras. Vamos para mais teoria?

Resiliência: capacidade da matéria de retornar ao estado inicial depois de passar por uma mudança. Em humanos, uma situação adversa. Um simples conceito usado com maestria por essa autora Portuguesa. Paola foi resiliente, pois ela transformou a escuridão em pintura. O André, ao contrário da Paola se retraiu e se fechou para o amor após o que aconteceu com a ex. Ele precisa se proteger daquilo que te causou mal. Temos duas pessoas profundamente traumatizadas, mas cada uma em um estágio diferente. 

Mas porque isso? Será que o trauma dele foi mais forte que o dela?

Sim e não. Cada pessoa é única e reage de uma forma diferente a um evento adverso. Mas em uma coisa, ao contrário de todos os outros livros que li, esse livro me contemplou. Paola estava em acompanhamento psicoterápico a anos, o André não. André está no início do processo de expulsar a culpa. Dois traumas diferentes. Dois sorrisos quebrados, mas que se encontram em um único ponto da reta: a vontade de fazer funcionar. O fato de um ver no outro o reflexo de sua própria dor e por isso, é uma pessoa confiável, afinal é mais fácil confiar em alguém que entende pelo que você passou.

Por fim, esse livro trás algo muito além de duas pessoas quebradas e o processo de cura. Ele fala de amor próprio. Só ele é capaz de curar, só com ele é que se pode ser verdadeiramente livre para amar outra pessoa. Quem já passou pelo inferno sabe não deve se contentar com nada menos que a perfeição. Sorrisos quebrados para mim foi mais que um romance: Foi poesia, foi sensibilidade. 







Melhores do ano



Olá amores,

Fim de ano chegando e vem aquela vontade de fazer retrospectiva né? Então preparem a roupa de gala e vamos falar de coisas que marcaram o ano, pelo menos para mim. Por favor opinem sobre o ano de vocês e vamos fazer uma grande retrospectiva.

1) Filme mais aguardado - Animais fantásticos e onde habitam


Eu nunca pensei que isso iria acontecer, então acho que na ficção foi o que mais me marcou. O retorno do mundo de Harry Potter e de Hogwarts seja ele através do oitavo livro que nunca foi previsto ou no cinema através do filme Animais Fantásticos e onde habitam. É incrível que mesmo após 7 livros ela consiga trazer elementos novos e uma nova série para o cinema. Obrigada titia J.K.

2) Melhor Filme - O regresso



Na realidade esse filme foi para as telonas no ano de 2015, mas eu vi apenas esse ano logo após o Leo de Caprio, finalmente ganhar a tão aguardada estatueta do Oscar. Não teve outra! Esse foi de longe o melhor filme desse ano, com uma fotografia incrível, enredo fantástico e atuação impecável.

3) Pior Filme - Festa das salsichas


Olhem esse cartaz! Olharam? Agora me digam se não acham que tem uma mensagem subliminar e um conteúdo adulto no meio? Sim, vocês não estão enganados, esse filme é TOTALMENTE pornográfico e sem senso de ridículo. São piadas de baixo calão, chulas e palavrões sendo jorrados em 9 a cada 10 palavras que os personagens, que eram comidas de um supermercado falavam.

4) Livro que não dava nada, mas... me surpreendeu - Azeitona (Bruno Miranda)


Livro de booktuber? Bahh!!! É ruim! Não é que eu paguei a língua? O menino até que escreve muito bem por sinal e fez uma história bem engraçada e fofa. Me surpreemdeu.

5) Melhor capa - Em algum lugar das Estrelas (Clara Vanderpoll)


Capa e qualidade esse livro não fica perdendo para ninguém. Essa capa me faz sonhar. 

6) Pior capa - O Orfanato da Senhorita Peregrine para Crianças Peculiares (Ransson Riggs)


Não. Não me levem a mal. O livro é bom, mas essa capa para mim foi meio brochante, tanto que prefiro mil vezes a capa com o cartaz do filme do que essa. Passa a impressão de um livro que não é e que fala de uma coisa que não é. Não gostei!

7) Melhor Personagem - Ian (Destinado - Carina Rissi)


Uma só pergunta: Tem como não se apaixonar por esse homem?

8) Gênero Literário de destaque no ano - Romance histórico

Pode ser até impressão minha, mas acho que esse ano, o número de publicações de romances históricos aqui deu um salto. Vemos uma variedade de autoras que antes não viamos e temos séries que estão ganhando o gosto popular.

9) Troféu: melhor editora - Darkside Books


Definitivamente a caveirinha arrasou no catálogo, apostando sempre na qualidade imbatível para chamar atenção do público que não gosta de terror como eu. Quase nenhum livro da darkside é ruim... Eles estão arrasando!

10) Conquista literária do ano: Ler em inglês

Para mim, com certeza perder o medo de ler em inglêss foi libertador. Consegui fazer a leitura de vários títulos e inclusive Arcs. Em segundo lugar claro que minha conquista literária foi esse cantinho e tenho que agradecer a cada um de vocês que fazem isso possível. Que participam e que me ajuda sempre. Obrigada! Obrigada! Que venha 2017!

Aproveitando quero desejar um excelente natal!!!


Minha opinião sobre: Senhorita Aurora - Babi A. Sette


Sinopse:
Nicole é uma jovem bailarina brasileira e está prestes a realizar seu sonho: Estrear no papel principal em uma peça na Companhia de Ballet de Londres. Tudo estaria perfeito se não fosse pela presença de um dos seus diretores: o temido Sr. Daniel Hunt. Um maestro prodígio de temperamento difícil, com um humor sombrio e que desperta em Nicole sentimentos contraditórios. Porém, quando uma tempestade de neve os isolam em uma mansão centenária, eles terão que encarar de frente não apenas os segredos que atormentam Daniel, como uma paixão proibida que nasce entre os dois. Uma história sobre amor e superação. Um romance intenso, tocante e perturbador que mostra que todos merecem uma segunda chance, até mesmo alguém com fama de monstro.



Livro: Senhorita Aurosa/ Autora: Babi A. Sette / Gênero: Romance contemporâneo/ Ano de Lançamento: 2016 / Editora: Independente (mas em breve Verus) / Idioma: Português / Comprar: Não mais disponível


Olá a todos!!!!! Hoje eu vim falar de um livro que há alguns meses já estava um burburinho. Eu evito ler livros modinha, mas comprei ele mês passado e muitas pessoas me indicaram a leitura para a coluna minha opinião sobre. Muito obrigada a Michele Lopes (Leitora descontrolada), Ivi Campos (Meu amor pelos livros) e Mary Pires (Leituras da Mary) pela indicação de leitura maravilhosa desse mês. Eu amei a leitura e a bela releitura de A bela e a Fera que ela fez. Com certeza é muito merecido que a autora fechou contrato com a Verus para a publicação desse livro lindo.

Nicole é uma brasileira, filha de pais separados e que lutou MUITO para passar na seleção da melhor companhia de balé de Londres. Foram anos de muitos sacrifícios, na qual a mãe dela tinha que ficar acordada noites após noites para proporcionar a ela o sonho que era dançar balé. Até que o dia finalmente chega e ela embarca para Londres onde tem que treinar horas e horas, por dias, meses e anos até conseguir ser a solista de um balé especial, a adaptação da Bela Adormecida que seria regida pela primeira vez por um maestro de renome internacional: Daniel.

Daniel é conhecido pela sua música, mas também por seu gênio e mau humor. Um maestro recluso e um tanto mal educado que não se permite aproximar de ninguém, até o dia que conhece a Nicole, ou a Senhorita Aurora da peça. Aos poucos eles vão se aproximando e uma linda história surge. Duas pessoas apaixonadas pelo que fazem, que veem na arte a melhor forma de expressão, que veem na música a sua alma.


É lindo de ver como ocorre o romance dos dois e como o Daniel e sua alma atormentada aos poucos vai se abrindo a oportunidade de ser feliz. As temáticas centrais foram trabalhada de maneira sensacional e só me deixou com vontade de agradecer a autora. Digo temáticas, pois além de descobrirmos o motivo do Daniel ser recluso acontecem outras coisas que foram trabalhadas de uma maneira incrível. Muito obrigada Babi pelo seu trabalho de pesquisa fantástico, por passar esse conteúdo novo, pois não vi em nenhum outro livro de uma maneira delicada, real, romantizada sim, mas factível. É difícil vermos isso nos dias de hoje.

Mesmo tento uma escrita fluída, esse livro não me pegou nas primeiras páginas, isso porque no começo tem partes que me lembraram 50 tons, como a preocupação dele com a comida dela e o fato dela ir beber todas e vomitar depois, por exemplo. Porém, aos poucos, eu fui vendo traços da releitura de A bela e a Fera e eu derreti. Me entreguei a esse romance lindo com a narrativa central na Nicole, mas com trechos narrados pelo Daniel. É possível ler esse livro em poucas horas, mesmo sendo um daqueles livros é preciso sentir e não passar muito rápido. É um livro que você não quer que acabe porque é lindo.

Por fim, eu posso dizer que esse é um livro que vai entrar na categoria dos mais bonitos do ano de 2016. Eu não conhecia  a escrita da Babi, mas me apaixonei e quero ler todos os livros dela agora. Entretanto, não foi um 5 estrelas pelo começo, pelos primeiros capítulos. Fato que se eu não fosse tão chata passaria despercebido facilmente.

Ps: O livro não está mais a venda na Amazon porque a autora foi contratada pela Verus.

Pss: A trilha sonora do livro está perfeita, mas deixarei para trazer ela em um post a parte.



Resenha: A ilha de Kansnubra e o portal perdido - Andrew Ulisses

Sinopse:Garley é um tímido estudante de dezesseis anos que encontra um misterioso medalhão de ouro e é transportado a uma ilha chamada Kansnubra. Localizado no enigmático Triângulo das Bermudas, este fantástico lugar é palco de mago, bruxas e dragões. Para encontrar o portal perdido e retornar a sua vida normal, Garley deverá criar coragem e cumprir uma missão. Com a ajuda de Aldrich, Johnny, Laura, Jorge e Alix, eles partem em direção ao Monte Tylan, mas monstruosas criaturas e poderosos inimigos cruzam o caminho dos jovens. Será que Garley conseguirá enfrentar seus medos e alcançar o objetivo?





Livro: A ilha de Kansnubra e o portal perdido/ Gênero: Fantasia / Ano de Lançamento: 2013 / Editora: Novo século / Idioma: Português / Comprar: Saraiva.
                                                                  

A resenha de hoje é de um livro que comprei ano passado e por um preço que até hoje não acredito: 10 reais. É claro que o preço me chamou mais atenção do que o livro em si, mas a leitura até que não foi ruim. Aqui nós conhecemos Garley, um menino comum que ao voltar da escola acha um medalhão perdido na rua. O objeto lhe chama atenção e ele decide por o metal frio no pescoço. Qual não é a sua surpresa quando ele é transportado para um lugar estranho, uma ilha: a ilha de Kansnubra.

Ao não reconhecer o lugar, ele procura uma autoridade local e é levado até a casa de Aldrich, um ancião que fica surpreso ao ver o objeto que foi perdido a muitos anos. O fato é que a ilha é encantada e só pode entrar lá com o medalhão e para sair é preciso um portal que está perdido há anos em uma floresta, estando de posse de um mago muito poderoso e perigoso. Daí começa uma aventura que tem como companhia Aldrich, Johnny, Laura, Jorge e Alix.

A aventura que eles embarcam é uma delícia de acompanhar, durante o percusso nós podemos conhecer um pouquinho mais dos personagens, assim como curtir criaturas terríveis, dragões, selvagens, dentre outros. A escrita do autor é tão boa que é uma delícia acompanhar essa história que é até bem rapidinha, visto que não há enrolações em momento nenhum da história. Ele não tenta trazer mais elementos para prolongar as páginas e isso é uma qualidade de um bom autor.

Porém, me incomodou muito algumas cenas que são muito parecidas com outros livros famosos, tais como Harry Potter e Percy Jackson e o cavaleiro da tábula redonda. Na verdade, é como se esse autor fosse tão fã de outros autores que tenta trazer um pouco do mundo criado pelos outros para sua história também. Olhem só esse trecho, reconhecem de algum lugar?

_Sim, mas antes você precisa experimentar só mais uma. A espada que vou lhe mostrar é muito famosa, talvez a mais famosa de todas. Ninguém consegue conquistá-la - disse Aldrich ofegando
_Espere aí. Ela escolhe seu dono? - perguntou Garley franzindo as sombrancelhas.
_ sim, ela pertenceu ao maior cavaleiro da ilha de todos os tempos - o cavaleiro dourado...


Não sei se posso, mas culpei a idade dele rsrs. É um autor jovem, estando hoje com apenas 21 anos. Posso estar errada, mas creio que daqui há uns 10 anos podemos ver esse menino voando longe, com livros de fantasia best sellers. É incrível ver que quando ele usa as ideias dele, o livro flui e é uma delícia de ler. Ele vai longe, até porque não é a toa que foi publicado pela Novo Século. 

Portanto, eu indico esse livro para os amantes de fantasia, sim. Mas imaginem esse livro como se fosse um esboço, um rascunho de algo muito maior que está por vir. Esse menino tem talento, só precisa ter experiência e confiar mais nas ideias dele, mesmo sendo malucas. É preciso que ele deixe as referências que ele tem um pouco de lado e pense no mundo ideal dele, na história dela, afinal o enredo é criativo, a escrita é boa, mas... tem falhas!






Papo sério: Transtornos mentais e os livros


Vira e mexe nós vemos um livro, na qual o protagonista sofre de algum tipo de transtorno mental. É lindo quando o autor explora isso bem, mas me chateia muito quando não, sendo assim, esse papo sério eu selecionei vários livrinhos com vários transtornos mentais para explorar cada um deles vamos lá?

1) Alzheimer

O  mal de Alzheimer é um tipo de doença degenerativa que se enquadra no quadro das demências, a principal característica dessa patologia é o fato do portador esquecer fatos de seu cotidiano e das pessoas de seu convívio. É uma doença progressiva que começa com pequenos lapsos de memória e em sue estágio mais agudo a pessoa não lembra quase nada. Ela mais incidente em idosos. Escolhi essa patologia porque ela está MUITÍSSIMO bem representada no livro Para sempre Alice da Lisa Genova, um livro que conta a história de uma mulher desde a descoberta da doença. Esse livro já foi adaptado para o cinema e é uma história que vale a pena ser conferida.


2) Depressão

A depressão é um dos transtornos psiquiátricos mais comuns nos dias de hoje. A depressão é conhecido como um quadro de tristeza profunda e recorrente que permanece por tempo superior a 6 meses. Possui vários subtipos e estágios que varia desde a mais leve, também conhecido como astenia e indo até a mais severa. É comum pessoas com depressão ser taxadas pela família como manhosas ou preguiçosas, mas não é bem assim, é uma doença série e que deve ser tratado. Para ilustrar esse transtorno eu escolhi  o livro A redoma de Vidro da Sylvia Plath que foi lançado em 1963 e até hoje se constitui como um dos mais brilhantes livros sobre depressão que existe. Um dado sobre o livro é que ele é autobiográfico e o autor cometeu suicídio aos 30 anos. O suicídio também é muito associado com a depressão, mas isso é fato para outra coluna.


3) Psicopatia

A psicopatia é uma polêmica, pois muitas pessoas ainda veem esse transtorno como uma falha de caráter. A principal característica desse transtorno é que o portador não sente as emoções, ele não tem remorso pelo que ele pratica. Um psicopata é sistemático e, quando comete crimes, por vezes ele desafia as pessoas a descobrirem quem ele é. Ele sempre deixa uma pista. Mas não se enganem, os psicopatas são pessoas educadas e no dia-a-dia é difícil descobrir quem são. Isso é trabalhado pela psiquiatra em Ana Beatriz Barbosa Silva, em seu livro famoso Mentes perigosas. Porém, o livro que eu trouxe para ilustrar esse transtorno foi O Perfume do Patrick Suskind. Neste livro o protagonista é um serial Killer que mata as mulheres para fabricar perfumes.


4) Transtorno Bipolar

O transtorno Bipolar é um tipo de transtorno em que a pessoa alterna momentos de depressão e momentos de mania e isso é o que torna difícil o diagnóstico e a medicação que varia entre remédio para depressão o de mania. Para exemplificar esse transtorno eu trouxe um livro na qual a autora foi infeliz na escolha e por isso, eu não gostei muito do livro. O Real escrito pela Katy Evans traz como protagonista o Remi, uma pessoa que ao longo da trama descobrimos que ele tem transtorno Bipolar, mas essa é a desculpa que a autora usa para ele ser brigão. Não, transtorno bipolar não é vandalismo e não é justificativa para a agressão, mesmo podendo ter traços agressivos.



Enfim... acho que eu poderia passar horas aqui falando sobre livros bons e ruins com transtorno, mas hoje selecionei apenas esse, já pensando em fazer um novo post sobre isso. Agora quero ouvir vocês, o que acharam? Acham que é válido? Conhece algum livro com transtorno? 

Beijos e até mais!

PS: ACEITO TAMBÉM SUGESTÕES SOBRE TEMAS PARA O PAPO SÉRIO, QUE ACHAM DE ME PROPOR UM DESAFIO?






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